sábado, maio 15

Americanos forçaram prisioneiros de guerra a ver a TVI
A Inépcia teve acesso a novas imagens surpreendentes de maus tratos aplicados por tropas americanas a prisioneiros de guerra iraquianos que podem prejudicar ainda mais a imagem dos países envolvidos na coligação internacional que derrubou o governo do ditador Saddam Hussein. As imagens estavam gravadas numa cassete VHS de 180 minutos comprada na Feira da Ladra juntamente com uma camisa a imitar seda, um busto de Salazar em louça de casa-de-banho e um LP intitulado “Madalena Iglésias & António Calvário-The Punk Years.”

Nelas, pode ver-se um grupo de prisioneiros iraquianos, ao que tudo indica, membros da temida guarda republicana de Saddam, detidos na cadeia de Al-Katrah nos arredores de Bagdad, de mãos atadas, sendo forçados a olhar para um écran em que eram projectadas imagens de programas da TVI. (...) A Amnistia Internacional já reagiu às imagens, qualificando este tipo de comportamento como “desumano e absolutamente inaceitável mesmo num cenário de guerra como o que se vive actualmente no Iraque,” recordando ainda que qualquer utilização militar de programas da TVI é expressamente proibida pela Convenção de Genebra. “É claro que aquele comportamento não pode ser desculpado mas não nos podemos esquecer de que o exército iraquiano bombardeou as nossas tropas com galas da Operação Triunfo, o que pode constituir uma atenuante,” afirmou o secretário da Defesa americano, Donald Rumsfeld.

Entre os programas da TVI usados nestas sessões de tortura, destacam-se “A Vida é Bela” de Carlos Ribeiro, “Olá Portugal” de Manuel Luís Goucha e “Eu Confesso” de Júlia Pinheiro. Os que mais mazelas provocaram, existindo inclusive a possibilidade de terem provocado mortes, foram programas em que participou o ex-concorrente do Big Brother original, Marco Borges. (...)
José Eduardo Moniz, director da TVI, considera natural que “uma televisão de sucesso como a TVI tenha audiências também no Iraque” e confessa que o método de aplicar choques eléctricos às pessoas que se recusarem a ver as emissões do canal é prática corrente também em Portugal, o que explica em parte o sucesso alcançado. “Além disso, o I da nossa sigla também pode querer dizer Iraque e estamos já a pensar montar uma filial em Bagdad,” afirma, “Até já contratámos o Manuel Luís Goucha e a Carla Andrino para fazerem umas emissões especiais do Olá Portugal em árabe.

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