quarta-feira, dezembro 15

Casa

Apoio-me em ti
Como se fosses rochedo
Fortaleza, muralha
Que nada consegue abalar.
Recolho-me em ti
Como quem se fecha em casa
E procura a segurança
Do que conhece
E a que chama lar.
E em troca
Dou-te o peso do mundo
Quando te dou o meu grito
Dou-te esta revolta
Que nada consegue acalmar.
Toda a dor que trago
Toda a mágoa que sinto
Tudo enrolado
Fechado na mão,
E exijo-te o impossível
Ao estende-la dizendo:
Agarra-a, aceita-me
Dá-me a paz
Sê a minha paz
Sê a minha casa
Sê o meu lugar.

Autoria da correspondente exclusiva do
Erotismo na Cidade: a Encandescente.
(Fotografia via Eelko Van Mulder)

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