sábado, junho 12

Entrevista a Zé Manel dos Super-Boys
"Zé Manel, estás a gostar da experiência dos Super Boys?
Estou a curtir bué. Espero que isto me dê outras oportunidades. Tenho tido contactos com muitas empresas multinacionais que têm acompanhado a minha carreira.

Mas há quem diga que vocês estão com um som um bocado batido. Que estão em declínio.
Isso é a inveja. A malta vibra imenso nos concertos. Isso é pessoal que quer andar para trás. A nossa onda é o risco. É arrasar isto tudo. É uma onda muito forte, que nem sempre é compreendida. Acho que o público não está preparado para o nosso som. E isso às vezes deixa-me bué deprimido.

E como é que superas esse desalento?
Depende. O Tó Bagão, que é o gajo mais maluco da banda, é quem reage pior aos críticos. Os críticos, estás a ver, só sabem criticar. E o Tó passa-se. Despede o pessoal do som,
corta nas horas extraordiná-rias da malta da produção. É muita maluco.

Tiveram agora uma nova aquisição, o João Pinheiro. Ele está a integrar-se bem?
Ya. Mas é só para alguns consertos. Não é que seja um grande músico, mas sempre anima o pessoal.

Diz-se que há problemas na banda. Que o Santana quer ser vocalista.
Isso não é completamente verdade. O Santana só tem problemas com um Aníbal, que como sabes já fez parte da banda. O Aníbal é a nossa inspiração, um guru, estás a ver? Tem um som que nos influenciou muito.

Por falar nisso, quais são as vossas influências?
Ao nível nacional, é o Aníbal, mas talvez numa versão mais hard. A Manela, que às vezes toca com a banda, também nos marcou. Depois há cenas mais tradicionais, da cultura portuguesa. Fadistas como o Oliveira e o Caetano dizem muito a algum pessoal da banda, como o Paulinho e o Tó Bagão. Ao nível internacional, bandas como a Big Lie Band, do George, do Tony e do saudoso José Maria marcaram-nos para sempre. É uma onda assim mesmo radical, tipo Massive Attack. Já toquei na primeira parte de um concerto deles, nos Açores, e foi uma tripe. A Big Lie Band marcou-nos para sempre."
(in revista Arrasar - Edição Especial Junho 2004 - Editora Bloco de Esquerda)

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