Ernesto foi um menino muito sozinho que cresceu rodeado de cores e cheiros e beleza. Ernesto aprendeu a linguagem das flores. Aprendeu como falar a uma rosa da sua beleza única, tornando-a assim única. Aos malmequeres falava do calor e do sol, até que despertava neles uma vontade tão grande de sentir o calor que abriam as pétalas e recebiam o sol. E às hortênsias sussurrava cores até que cada uma escolhia a sua. Mas nunca aprendeu a falar com as pessoas.
Nunca se sentiu atraído pelos cheiros que vinham do outro lado do muro, pelas cores que à noite lhe entravam pela janela porque a mãe lhe dissera que o mundo fora do jardim estava cheio de ervas daninhas. E Ernesto aprendeu o medo do mundo. Hoje, Ernesto é um velhinho sozinho, silencioso, que atravessa uma vez por semana o mundo para cumprir a promessa de depositar na campa da mãe as flores mais belas do jardim.
E baixinho pergunta sempre à pedra fria:
- Para que serve a beleza, mãe? Porque me ensinaste só solidão?"
(texto belíssimo da Encandescente)
Nunca se sentiu atraído pelos cheiros que vinham do outro lado do muro, pelas cores que à noite lhe entravam pela janela porque a mãe lhe dissera que o mundo fora do jardim estava cheio de ervas daninhas. E Ernesto aprendeu o medo do mundo. Hoje, Ernesto é um velhinho sozinho, silencioso, que atravessa uma vez por semana o mundo para cumprir a promessa de depositar na campa da mãe as flores mais belas do jardim.
E baixinho pergunta sempre à pedra fria:
- Para que serve a beleza, mãe? Porque me ensinaste só solidão?"
(texto belíssimo da Encandescente)
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