segunda-feira, fevereiro 28

Imagine o que é viver sob o comando de um louco

Cruzei-me com esta reportagem no Público. É simultaneamente um relato chocante e uma história de ternura e de respeito pela luta da liberdade.

"Um grupo de homens saiu da mesquita de Derna e foi juntar-se em frente a um muro onde alguém afixou uma centena de fotografias chocantes. É difícil olhar para elas. São todas horríveis, cada uma à sua maneira. Não há duas iguais, mostrando como cada ser humano tem a sua forma única de sofrer, e como na humilhação e na morte todos estamos sozinhos.
As fotografias representam rostos de cadáveres, torturados, estropiados, desfigurados. Rostos de olhos abertos, cheios de sangue, com pedaços de carne arrancados. Não se consegue olhar para elas, mas os homens à saída da mesquita param para as observar, demoradamente, com um estranho fascínio.

"Foi Khadafi que os matou a todos", diz Zakaria, de 30 anos. "Finalmente podemos ver estas imagens. Podemos ver que é mesmo verdade. Ele matou-os a todos." Outro homem precisa: "Foram 1275. Khadafi deu a ordem pessoalmente. Nenhum podia sobreviver." E outro explica que se tratava de presos políticos, que se sublevaram na prisão de Abu Salim, em Trípoli, por não aguentarem mais os maus tratos, a deficiente alimentação, a falta de condições sanitárias. E para exigirem um julgamento, que não tinham tido. Khadafi mandou uma força especial para os matar a todos. Passou-se a 16 de Fevereiro de 1996.
"Agora, no passado dia 16, Khadafi sabia que o povo ia manifestar-se nas ruas, em Beida e em Bengasi, por ser o aniversário daquele massacre", diz Mahmoud, de 51 anos, que vive em Beida. "Por isso mandou a polícia, para reprimir. Na minha cidade houve 65 mortos, nos confrontos. Mas agora a polícia entregou-se. Passaram para o lado do povo. Está tudo nas nossas mãos aqui no Leste." (...)
No minarete da mesquita está pregada uma bandeira da Líbia monárquica, que se tornou também símbolo da revolução. À medida que saem da oração, os homens amontoam-se em frente ao muro das fotografias insuportáveis e ficam a mirá-las com uma misteriosa familiaridade. Fixam-nas longamente, com uma expressão perscrutadora e curiosa, como nómadas que se vissem ao espelho pela primeira vez depois de uma longa viagem.

in Público

A reportagem merece ser lida de fio a pavio.

segunda-feira, fevereiro 14

O Amor é Lindo


Hoje a minha filhota recebeu a sua primeira prenda do Dia dos Namorados.

O seu namoradinho ofereceu uma bolsinha cor de rosa e lá dentro tinha um lápis rosa, uma borracha em forma de coração e uns rebuçados. Estava muito satisfeita com a oferta.

Nem se importou com o facto de ele ter feito a mesma oferta a outra menina da mesma sala...

segunda-feira, fevereiro 7

Estrelinhas no Céu


A minha filhota com 4 anos feitos o mês passado tem feito muitas perguntas sobre a morte. Creio que ela já percebeu o seu significado. E tem falado muitas vezes sobre a morte e eu tenho tentado responder de acordo com as suas dúvidas. No infantário a conversa veio à baila e a educadora explicou que quando morremos vamos para o céu como uma estrelinha. Nesse dia chegou a cas e perguntou-me se eu já sabia que ia ser uma estrelinha depois de morrer.


- Sim, ficamos estrelinhas no céu.
- Então, quando eu morrer posso ser estrelinha ao pé de ti?
- Claro!
- Assim, quando eu quiser dás-me colinho à estrelinha, está bem, mãe?

sábado, fevereiro 5

Que Parva que eu Sou - Hino de uma Geração



Sou da geração sem remuneração
e não me incomoda esta condição.
Que parva que eu sou!
Porque isto está mal e vai continuar,
já é uma sorte eu poder estagiar.
Que parva que eu sou!
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.

Sou da geração ‘casinha dos pais’,
se já tenho tudo, pra quê querer mais?
Que parva que eu sou
Filhos, marido, estou sempre a adiar
e ainda me falta o carro pagar
Que parva que eu sou!
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.

Sou da geração ‘vou queixar-me pra quê?’
Há alguém bem pior do que eu na TV.
Que parva que eu sou!
Sou da geração ‘eu já não posso mais!’
que esta situação dura há tempo demais
E parva não sou!
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.



"Os Deolinda vão disponibilizar na próxima semana o tema inédito "Parva que sou", porque ficaram surpreendidos com o sucesso que a canção teve na estreia ao vivo, quando foi tocada em Janeiro nos coliseus do Porto e de Lisboa."
cm

sexta-feira, fevereiro 4

Egipto: Arte & Engenho

A sede de liberdade é muita.
A ânsia de liberdade aguça a arte e o engenho.






Guardian - Demonstrators in Cairo calling for Hosni Mubarak's removal are resorting to bottles, boxes, bits of foam and anything else they can find to protect themselves from rocks and other objects thrown by regime supporters.