quarta-feira, janeiro 31

Sem luz

Apagou a luz. Deitou-se.
A escuridão iluminou as memórias.
Como se o mesmo botão que apagava a luz acendesse o pensamento.
A noite era uma caminho que percorria enfrentando-se.
Noite após noite.
Repetidamente.

Deitada, fixava um ponto exterior a si.
Um não olhar dentro.
Todas as recordações tinham agora um sabor amargo.
O sabor a passado.
O sabor a nunca mais.

Tocou a solidão física no corpo.
E o toque foi doloroso porque lembrava outras mãos.
Quando o toque não era solidão e aplacava a dor porque partilhado.
Acendeu a luz. Olhou à volta.
Olhou o corpo.
Só.

A luz acesa.
As lembranças não se apagaram.


Da autoria da
Encandescente-minha-talentosa-amiga-correspondente-exclusiva deste Blog-e-cada-vez-mais-famosa-e-que-já-publicou-três-livros & Fotografia de Lasse

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