Durante os últimos seis anos eu escrevi textos críticos, violentos, impiedosos sobre o primeiro-ministro. Chegou o momento de me penitenciar por tudo aquilo que disse, por todos os textos que assinei contra a sua pessoa, apenas porque me faltou a clareza de espírito e a inteligência para perceber o quanto ele estava a trabalhar pelo bem do país.
Somente agora, ao ler o memorando da troika para os próximos anos, me dei conta de que o nosso primeiro-ministro é um visionário e um génio da governação. Sócrates arrastou o país até à beira da insolvência e colocou a pátria a chafurdar na lama apenas para a poder reestruturar de cima a baixo. Sempre pensei que ele fosse o vírus, e afinal é a vacina: injectou no nosso corpo a maleita para que nunca mais fiquemos doentes.
Reparem como Manuela Ferreira Leite acabou por ganhar ontem as eleições legislativas de 2009. Tudo o que ela disse na campanha que ia acontecer, aconteceu; tudo o que ela disse que era preciso fazer, vai ser feito. Chamar "memorando" ao documento da troika é o mesmo que chamar "malandreco" a bin Laden. Aquilo é o programa do governo para os próximos anos, que revoluciona Portugal em todos os sectores que contam: economia, saúde, justiça, educação.
Em vez de gastar milhões em estudos e consultores, Sócrates arranjou uma equipa de técnicos altamente qualificados que trabalharam de graça e no final ainda emprestaram 78 mil milhões de euros. O resultado está à vista: o programa com que a direita liberal sempre sonhou vai finalmente ser aplicado em Portugal. Sócrates, afinal, era um lobo neoliberal vestido na pele de um cordeiro socialista. A sua incompetência, o seu cinismo, as suas mentiras, eram apenas o estrume necessário para que um novo país crescesse forte e viçoso. Só tenho duas palavras para ele: obrigado, José."
Reparem como Manuela Ferreira Leite acabou por ganhar ontem as eleições legislativas de 2009. Tudo o que ela disse na campanha que ia acontecer, aconteceu; tudo o que ela disse que era preciso fazer, vai ser feito. Chamar "memorando" ao documento da troika é o mesmo que chamar "malandreco" a bin Laden. Aquilo é o programa do governo para os próximos anos, que revoluciona Portugal em todos os sectores que contam: economia, saúde, justiça, educação.
Em vez de gastar milhões em estudos e consultores, Sócrates arranjou uma equipa de técnicos altamente qualificados que trabalharam de graça e no final ainda emprestaram 78 mil milhões de euros. O resultado está à vista: o programa com que a direita liberal sempre sonhou vai finalmente ser aplicado em Portugal. Sócrates, afinal, era um lobo neoliberal vestido na pele de um cordeiro socialista. A sua incompetência, o seu cinismo, as suas mentiras, eram apenas o estrume necessário para que um novo país crescesse forte e viçoso. Só tenho duas palavras para ele: obrigado, José."
Por João Miguel Tavares (jmtavares@cmjornal.pt)
Uma crónica que é um mimo de ponta a ponta.
4 comentários:
Em tempos de dificuldades, os partidos portugueses tinham de reagir juntos contra aqueles financeiros. Agora ninguém tem o direito de lamentar para as consequências negativas que são pior que o governo de Sócrates .
Até acho graça ao blogue, e tenho um amigo que a conhece, veja lá, o que até aumenta a simpatia potencial por si. Agora se quer falar de política sem sectarismos, eu escolheria articulistas que não tivessem andado envolvidos em processos com o Sócrates. Parece que não faz lá muito bem à isenção da escrita. Ao pé deste artista, a Manuela Moura Guedes e o Mário Crespo são príncipes da objectividade
Cumprimentos
ANÓNIMO,
Não tenho qualquer agenda política. Mea culpa por não conhecer este cronista e o seu passado. Mas o facto é que considero esta crónica bem escrita e com um toque de humor fantástico. É só! E já agora, pode saber-se qual o amigo?!
Gotinha
***
também gosto muito do seu blog, mas parece-me bastante tendencioso e claro quanto á sua cor politica, nada tenho a ver com isso mas, primeiro temos que nos lembrar dos que governaram antes, cavacos, barrosos, guterres etc etc...
Só o Sócrates é que nos levou á falência?e os milhões que entraram neste país noutros tempos o lhes fizeram?
Não é justo crucificarem só um homem...
Será que o povo está esquecido?
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