"Ó Fernanda, dado que já estou cansado do ar teatral a que ele equivale
em todo o horário de cada canal, no noticiário, no telejornal,
ligando-se ao povo, do qual ele se afasta, gastando de novo a fala já gasta
e a pôr agastado quem muito se agasta por ser enganado.
Ó Fernanda, dado que é tempo de basta, que já estou cansado
do excesso de carga, do excesso de banda, da banda que é larga,
da gente que é branda, da frase que é ópio, do estilo que é próprio para a propaganda,
da falta de estudo, do tudo que é zero, dos logros a esmo e do exagero que o nega a si mesmo,
do acto que é baço, do sério que é escasso,
mantendo a mentira, mantendo a vaidade,
negando a verdade, que sempre enjoou,
nas pedras que atira, mas sem que refira o caos que criou.
Ó Fernanda, dado que já estou cansado, que falta paciência,
por ter suportado em exagerado o que é aparência.
Ó Fernanda, dado que já estou cansado, ao fim e ao cabo,
das farsas que ele faz, a querer que o diabo me leve o que ele traz,
ele que é um amigo de Sao Satanás, entenda o que eu digo:
Eu já estou cansado!
Sem aviso prévio, ó Fernanda, prive-o de ser contestado!
Retire-o do Estado! Torne-o bem privado!
Ó Fernanda, leve-o! Traga-nos alívio!
Tenha-o só num pátio para o seu convívio!
Ó Fernanda, trate-o!
Ó Fernanda, amanse-o!
Ó Fernanda, ate-o!
Ó Fernanda, canse-o!"
por Euleriano Ponati, poeta não titular
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