terça-feira, outubro 30

Desmentido - Declarações do DTN ao jornal Destak

Atletas paralímpicos não competem «dopados»

Em sequência das declarações feitas pelo Director Técnico Nacional da Federação Portuguesa de Desporto para Deficientes, Jorge de Carvalho, na edição de hoje do jornal Destak, a AAPD vê-se obrigada a desmentir publicamente e categoricamente a afirmação de que os atletas portugueses competem «Dopados» e que «Até nos Jogos de Pequim 2008 haverá atletas a usar substâncias ilícitas».

Estas afirmações, além de falsas, vêm denegrir publicamente a imagem dos Atletas Paralímpicos e veicular de forma inaceitável uma informação difamatória e que prejudica gravemente as carreiras individuais dos atletas, a participação Portuguesa nas competições internacionais e a imagem pública do Desporto para Deficientes. Como esclarece Gabriel Potra, atleta Paralímpico e vice-presidente da AAPD, «São declarações muito infelizes. É uma notícia caluniosa onde se mistura medicação com dopagem. Uma coisa é medicação que pode ter substâncias proibidas mas que são necessárias para a saúde da pessoa e não são usadas com fins de doping, isso acontece também com qualquer atleta olímpico. Sinto-me revoltado, pois tanto lutamos para ter melhores condições e valor perante a sociedade e vem o Director Técnico Nacional descredibilizar todo esse trabalho com declarações deste tipo.»

Nuno Alves, presidente da AAPD, reitera a importância deste desmentido para que a verdade seja reposta junto da sociedade e salienta a necessidade indiscutível de ver a situação devidamente esclarecida pela FPDD, que terá de assumir publicamente a responsabilidade pelas declarações feitas pelos seus funcionários. Num recado directo à FPDD, Gabriel Potra considera que a instituição deverá «Apresentar um pedido público de desculpas aos atletas, a demissão do Director Técnico Nacional, Jorge de Carvalho, autor das afirmações em causa, ou então que apresente as provas que sustentem as declarações que tanto banalizam o doping e desvalorizam todo o trabalho e empenho dos atletas Paralímpicos.»

A AAPD considera imperativo esclarecer que, na FPDD como em qualquer outra Federação Desportiva, os atletas poderão estar sob o efeito de substâncias ilícitas por motivos de saúde e, caso queiram competir, podem fazê-lo apenas após avaliação médica e autorização expressa da Comissão Nacional Anti-Dopagem. Neste caso, a utilização de substâncias proibidas não é considerada doping nem impede a participação em provas. Na origem desta polémica está a participação da atleta Perpétua Vaza no Campeonato Mundial de Natação Adaptada de 2006, na África do Sul. A FPDD permitiu que a atleta competisse depois de ter tido conhecimento de um resultado positivo num controle anti-dopagem a que foi sujeita antes de partir para a competição. Como resultado, a participação da atleta no Campeonato, assim como o resultado obtido – medalha de prata em estafeta (4x50m) – foram anulados pelo IDP. De acordo com as regras, a partir do momento em que foi conhecido o resultado positivo, a atleta deveria ter sido suspensa, procedendo-se a um inquérito. Só após a conclusão deste se poderia definir se a atleta estaria ou não autorizada a competir.

Contactos
Nuno Alves – 962473012
Gabriel Potra – 914314280
AAPD – Associação de Atletas Portadores de Deficiência

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