Hoje acordei num dos meus dias. E vou-vos contar uma short story.
Há uns anos atrás tive uma chefe, numa das repartições públicas em que trabalhei, que não era... digamos... dotada de grandes conhecimentos em determinadas áreas. Ficamos assim.
Um belo dia a senhora chegou ao serviço e chamou-me à parte. Tinha ouvido uma palavra da qual desconhecia o significado e queria que eu lhe explicasse o que era.
-Ouve lá, tu sabes o que é um "minete"?
Após uma fracção de segundo em que o meu cérebro chocalhou todo cá dentro, oscilando entre a incredulidade e o mais puro gozo, posso afirmar que tive um dos momentos mais brilhantes da minha vida, modéstia à parte. Mantendo estoicamente o ar sério, sem esboçar sequer uma tentativa de sorriso, respondi-lhe:
-Claro. É um requerimento que não exige papel selado.
De facto, não é sempre, mas há dias em que me encontro particularmente inspirada.
E o resultado viu-se passados alguns dias, quando a dita senhora, com toda a propriedade, se virou para um utente ao guichet e o informou:
-Para esse efeito o senhor vai ter que fazer um minete!
Ainda me lembro como se fosse hoje das caras das pessoas que se encontravam no átrio à espera de serem atendidas, muito particularmente de um marmanjo de bigode que exclamou:
-Ai "sigurem-me"! "Sigurem-me" senão eu caio!
E agora digam-me, caros clientes desta padaria: Será que conseguem adivinhar quais foram para mim as consequências desta façanha?
Pois está claro. Nesse ano tive uma classificação de serviço que não me permitiu ser promovida, acompanhada da observção escrita "A funcionária não demonstra o necessário respeito quer pela instituição, quer pelos colegas e superiores hierárquicos". Além disso tive o director a chamar-me ao gabinete e a passar-me um raspanete, notando-se de qualquer modo que estava com uma vontade de rir do caraças.
Mas hoje, à distância de uns quinze anos, não me arrependo e acho que tomei a opção certa no momento certo. O que eram cinco miseráveis contos de aumento comparados com o privilégio único de ver a nossa chefe, ao guichet, a pedir um minete a um gajo?
Há uns anos atrás tive uma chefe, numa das repartições públicas em que trabalhei, que não era... digamos... dotada de grandes conhecimentos em determinadas áreas. Ficamos assim.
Um belo dia a senhora chegou ao serviço e chamou-me à parte. Tinha ouvido uma palavra da qual desconhecia o significado e queria que eu lhe explicasse o que era.
-Ouve lá, tu sabes o que é um "minete"?
Após uma fracção de segundo em que o meu cérebro chocalhou todo cá dentro, oscilando entre a incredulidade e o mais puro gozo, posso afirmar que tive um dos momentos mais brilhantes da minha vida, modéstia à parte. Mantendo estoicamente o ar sério, sem esboçar sequer uma tentativa de sorriso, respondi-lhe:
-Claro. É um requerimento que não exige papel selado.
De facto, não é sempre, mas há dias em que me encontro particularmente inspirada.
E o resultado viu-se passados alguns dias, quando a dita senhora, com toda a propriedade, se virou para um utente ao guichet e o informou:
-Para esse efeito o senhor vai ter que fazer um minete!
Ainda me lembro como se fosse hoje das caras das pessoas que se encontravam no átrio à espera de serem atendidas, muito particularmente de um marmanjo de bigode que exclamou:
-Ai "sigurem-me"! "Sigurem-me" senão eu caio!
E agora digam-me, caros clientes desta padaria: Será que conseguem adivinhar quais foram para mim as consequências desta façanha?
Pois está claro. Nesse ano tive uma classificação de serviço que não me permitiu ser promovida, acompanhada da observção escrita "A funcionária não demonstra o necessário respeito quer pela instituição, quer pelos colegas e superiores hierárquicos". Além disso tive o director a chamar-me ao gabinete e a passar-me um raspanete, notando-se de qualquer modo que estava com uma vontade de rir do caraças.
Mas hoje, à distância de uns quinze anos, não me arrependo e acho que tomei a opção certa no momento certo. O que eram cinco miseráveis contos de aumento comparados com o privilégio único de ver a nossa chefe, ao guichet, a pedir um minete a um gajo?
(história original da Didas - blog Farinha Amparo)
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