Participámos nesta grandiosa iniciativa do Jornal de Leiria !
Villa Portela
O palacete como fundo conferiu uma mística diferente à nossa apresentação!
Partilho, ainda, o que Alexandra Azambuja escreveu sobre o Há Música na Cidade:
"Imaginem uma cidade que respira música pelas pedras da calçada, pelas esquinas improváveis, pelos edifícios abandonados.
Imaginem uma cidade transfigurada, aberta às pessoas, fechada aos carros, toda palco, toda gente, toda sons, toda surpresas.
Imaginem uma cidade em que os prédios abandonados, fechados, proibidos,
esquecidos, de repente viram lugares de música e lugares de teatro e
exposições e performances e em que tudo parece um Natal em Outubro.
Imaginem que numa cidade conhecida pelo seu parque automóvel e poder de
compra, de repente os carros não interessam para nada e tudo é grátis.
Imaginem uma cidade onde as capelinhas isolam as pessoas, de repente
cheia de voluntários que vestem a camisola - em sentido figurado e em
sentido literal - e tornam possível uma organização em que mais de 1000
artistas e 150 espectáculos em dois dias pasmam os muitos milhares de
pessoas que deambulam felizes por Leiria...
Imaginem que tudo
isto é feito por um Jornal Regional que abre a cidade à nova música, à
música clássica, à música alternativa, e que o faz sem pompa nem
circunstância fazendo pela Arte e por Leiria aquilo que mais nada nem
ninguém faz: colocando uma nos braços do outro assim tão simplesmente
como quem passeia pela cidade.
E damos connosco pasmados a ouvir
uma banda que nem sabíamos existir, a tocar Chasing Bukowski em plena
Praça Rodrigues Lobo e esquecemo-nos de para onde íamos, naquele raro
coup de foudre que acontece quando menos esperamos, como o outro, o que
nos sobressalta o coração...
Imaginem que a melhor livraria de
todas empresta o seu lugar de honra - a montra - para que as crianças e
os crescidos passem para o outro lado do espelho ( podemos quase
adivinhar o frasquinho a dizer "bebe-me") e escrevam na montra e
desenhem na montra, a montra do lado de dentro e a montra do lado de
fora, porque a vida é sempre mais que um só lado e uma só perspectiva...
Imaginem a donzela púdica que é Villa Portela - a casa cor-de-rosa onde
muitos leirienses esperam ver um dia Rapunzel nas janelas ou um pequeno
dragão nos jardins - abrir-se finalmente a quem passa numa romaria
infindável para ouvir pequenos músicos e ver o sonho realizado de
transpor os enormes portões monogramados da mais bonita casa leiriense.
Imaginem tudo isto e muito, muito mais.
Tudo isto existe, tudo isto não é triste e tudo isto chama-se Há Música na Cidade."
3 comentários:
Deixa-me lá ver se não faço uma figura triste: a nossa princesa está com sapatilhas azuis?
São Rosas,
o teu olhar clínico nunca te deixaria ficar mal!!! Bingo!!
E já agora... o Komikaga é o que está na outra ponta! :-)
O meu olhar é semi-clínico, que o teu rapagão escapou-me.
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