"Presidente de todos os portugueses?
Cavaco Silva optou por não estar presente nas cerimónias fúnebres de José Saramago. Esta atitude envergonha o País e dá azo a leituras que não abonam nada a favor do Presidente da República. Que Saramago e Cavaco estavam muito longe de uma relação harmoniosa é conhecido de todos. Mas, quando estamos a falar do mais alto cargo da Nação, as questões pessoais são irrelevantes. O Presidente tinha de estar presente.
A ausência de Cavaco, do ponto de vista político, pode acabar como um tiro no pé. Não faltará quem pense que esta foi a forma encontrada pelo Presidente para acalmar os ânimos dos católicos insatisfeitos com a promulgação do casamento homossexual. Se foi esse o caso, estamos perante uma situação ainda mais grave, em que um titular de um cargo público, por sinal o mais importante do Estado, decide em função de interesses pessoais, mandando às urtigas as suas obrigações.
Será que Cavaco morre de amores por todos os chefes de Estado que visitam Portugal e com os quais se reúne? Não se lhe pedia que tecesse rasgados elogios a Saramago, o que soaria a hipocrisia, mas sim que estivesse presente quando um dos maiores nomes da cultura nacional morre.
Marcelo Rebelo de Sousa desvalorizou a ausência de Cavaco dizendo que «espiritualmente esteve presente». Sendo assim, temos uma nova solução para cortar as despesas do Estado, tudo o que sejam reuniões internacionais ou funerais de chefes de Estado estrangeiros podemos passar a mandar um telegrama a indicar a «presença espiritual» dos nossos governantes ou Presidente.
Imagine-se o que diria Marcelo se fosse Sócrates a não marcar presença no funeral de uma qualquer personalidade com a qual tivesse más relações...
A ausência de Cavaco, do ponto de vista político, pode acabar como um tiro no pé. Não faltará quem pense que esta foi a forma encontrada pelo Presidente para acalmar os ânimos dos católicos insatisfeitos com a promulgação do casamento homossexual. Se foi esse o caso, estamos perante uma situação ainda mais grave, em que um titular de um cargo público, por sinal o mais importante do Estado, decide em função de interesses pessoais, mandando às urtigas as suas obrigações.
Será que Cavaco morre de amores por todos os chefes de Estado que visitam Portugal e com os quais se reúne? Não se lhe pedia que tecesse rasgados elogios a Saramago, o que soaria a hipocrisia, mas sim que estivesse presente quando um dos maiores nomes da cultura nacional morre.
Marcelo Rebelo de Sousa desvalorizou a ausência de Cavaco dizendo que «espiritualmente esteve presente». Sendo assim, temos uma nova solução para cortar as despesas do Estado, tudo o que sejam reuniões internacionais ou funerais de chefes de Estado estrangeiros podemos passar a mandar um telegrama a indicar a «presença espiritual» dos nossos governantes ou Presidente.
Imagine-se o que diria Marcelo se fosse Sócrates a não marcar presença no funeral de uma qualquer personalidade com a qual tivesse más relações...
Pedro Curvelo in Diário Digital
por outro lado
… porque se não o admiravam em vida, não é depois de morto que devem aparecer no retrato.
As mais altas figuras do Estado não vão participar nas cerimónias fúnebres de hoje
Pode haver quem ache que é mesquinho, mas eu acho que é coerente. Afinal, na inversa, duvido que Saramago fosse a algum dos funerais destas personagens / personalidades.
As mais altas figuras do Estado não vão participar nas cerimónias fúnebres de hoje
Pode haver quem ache que é mesquinho, mas eu acho que é coerente. Afinal, na inversa, duvido que Saramago fosse a algum dos funerais destas personagens / personalidades.
Paulo Guinote
Sem comentários:
Enviar um comentário