«Ainda bem que a União Europeia foi estudar em que países, segundo os pais, os filhos são mais felizes. Regra geral, é nos países mais ricos que os pais acham que os filhos estão melhor. Nos pobres, é o oposto. Faz sentido.
Excepto em Portugal. Aqui, apesar da pobreza, achamos que os nossos filhos são felizes. Fazem o que querem e é raro ficarem tristes ou em casa: são rebentos que rebentam de tanto frutificar. Estão no Paraíso. Com uma excepção: a escola. Essa cabresta. Aí, acham os paizinhos, não estão nada bem. É que puxam muito por eles.
Insistem que estudem. Não compreendem que só se é novo uma vez. Como contou Catarina Gomes no PÚBLICO de sábado: "Inquiridos sobre o bem-estar dos filhos na escola [as respostas dos] pais portugueses estiveram muito abaixo da média europeia."
Ainda bem que os filhos portugueses foram denunciados. São a esponja da nação. Absorvem toda a riqueza nacional. Sugam-na até ao tutano.
Desde crianças que são mais bem vestidas do que os pais. Não largam o ninho antes dos 30. E, mesmo assim, só com aliciantes. Ser filho é a grande profissão nacional. Não trabalham; não estudam; não dão satisfações. Não pagam renda; não deixam gorjetas; não gastam senão o essencial. São bilionários do egoísmo e do bel-prazer.
É a condição dos pais que arrasta Portugal para a pobreza, pela miséria que resta do financiamento da filharada. Ao menos que saibam que valeu a pena e que não há na Europa filhotes mais felizes. Ao menos isso.»
Ainda bem que os filhos portugueses foram denunciados. São a esponja da nação. Absorvem toda a riqueza nacional. Sugam-na até ao tutano.
Desde crianças que são mais bem vestidas do que os pais. Não largam o ninho antes dos 30. E, mesmo assim, só com aliciantes. Ser filho é a grande profissão nacional. Não trabalham; não estudam; não dão satisfações. Não pagam renda; não deixam gorjetas; não gastam senão o essencial. São bilionários do egoísmo e do bel-prazer.
É a condição dos pais que arrasta Portugal para a pobreza, pela miséria que resta do financiamento da filharada. Ao menos que saibam que valeu a pena e que não há na Europa filhotes mais felizes. Ao menos isso.»
Miguel Esteves Cardoso (Público)
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