"O modo como a manifestação dos professores foi tratada mostra a fragilidade do nosso jornalismo, que tem muita dificuldade em sair do habitual, em perceber o que é diferente, para além das legítimas dúvidas sobre a governamentalização da RTP que suscita. A manifestação dos professores não foi apenas uma manifestação bem sucedida para os sindicatos, não foi apenas a "maior" manifestação dos professores, foi um elemento qualitativamente novo na análise da situação do nosso ensino.
Mereceria que se lhe estivesse mais atento porque mostra uma ruptura entre os professores e o Ministério sem precedentes e que não pode deixar de ter consequências sobre o que se passa nas escolas. Mereceria um comentário mais qualificado, fora do tradicional conflito sindical, mereceria que se tentasse perceber porque razão o Ministério alienou nas escolas a parte mais qualificada dos professores que podiam ser o suporte de muitas das reformas que têm vindo a ser propostas e que são vitalmente necessárias. Mostra o preço do estilo do governo de tentar fazer reformas atacando os grupos profissionais no seu conjunto pelos seus "privilégios", o que no caso dos professores foi fatal.
Os professores são uma profissão muito especial, com grandes fracturas internas, muito maus hábitos mas também um dos ambientes de trabalho mais árduos que se possa imaginar, tendo que defrontar problemas sociais, familiares, culturais, para que não tem meios nem qualificações, para que nem sequer é suposto que escola tenha eficácia. Mas há uma minoria de professores, uma minoria porque a profissão está muito degradada, que se dedica de forma quase "vocacional" ao ensino e esses desejavam há muito algumas das reformas que o Ministério se propõe fazer. Sucede que esses professores também sabem bem demais o papel negativo que o Ministério sempre teve e as enormes responsabilidades do aparelho burocrático-sindical que o domina. Revoltaram-se por passarem a bodes expiatórios de uma situação que sempre combateram, sem qualquer assunção de responsabilidades próprias do Ministério. Alguns pela primeira vez foram ontem a uma manifestação sindical."
Mereceria que se lhe estivesse mais atento porque mostra uma ruptura entre os professores e o Ministério sem precedentes e que não pode deixar de ter consequências sobre o que se passa nas escolas. Mereceria um comentário mais qualificado, fora do tradicional conflito sindical, mereceria que se tentasse perceber porque razão o Ministério alienou nas escolas a parte mais qualificada dos professores que podiam ser o suporte de muitas das reformas que têm vindo a ser propostas e que são vitalmente necessárias. Mostra o preço do estilo do governo de tentar fazer reformas atacando os grupos profissionais no seu conjunto pelos seus "privilégios", o que no caso dos professores foi fatal.
Os professores são uma profissão muito especial, com grandes fracturas internas, muito maus hábitos mas também um dos ambientes de trabalho mais árduos que se possa imaginar, tendo que defrontar problemas sociais, familiares, culturais, para que não tem meios nem qualificações, para que nem sequer é suposto que escola tenha eficácia. Mas há uma minoria de professores, uma minoria porque a profissão está muito degradada, que se dedica de forma quase "vocacional" ao ensino e esses desejavam há muito algumas das reformas que o Ministério se propõe fazer. Sucede que esses professores também sabem bem demais o papel negativo que o Ministério sempre teve e as enormes responsabilidades do aparelho burocrático-sindical que o domina. Revoltaram-se por passarem a bodes expiatórios de uma situação que sempre combateram, sem qualquer assunção de responsabilidades próprias do Ministério. Alguns pela primeira vez foram ontem a uma manifestação sindical."
(O negrito é da minha responsabilidade)
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