domingo, abril 23

Silêncio

E os sons ecoavam no ar.
Dançavam no ar enchiam o espaço invadiam todos os recantos.
Sons respirados ao ouvido, que subiam dos lençóis amarrotados,
que saíam dos corpos enrolados e os penetravam e arrancavam mais sons.
Um dueto, um improviso.

Colados.
Eram um só corpo uma linha sinuosa que ondulava, una, indivisível.

Som.
Movimento.
Som

Primeiro sussurrados depois quase gritados.
Música composta ali, dançada ali.
Um abraço que era som. Cada vez mais apertado quase aflição,
quase angústia que se quer solta.
Sons cada vez mais urgentes, na procura da nota final.

Som.
Prazer.
Som

O movimento parou. Tudo parou.
A nota final não foi grito.
O silêncio.
Os sons suspensos no ar.
Os sons que desceram sobre eles os cobriram e eram paz.

Da autoria da
Encandescente-minha-talentosa-amiga-correspondente-exclusiva deste Blog-e-cada-vez-mais-famosa-e-que-já-publicou-um-livro & fotografia de Pascal Abadie.

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