quarta-feira, dezembro 14

Maresias Para Uma Alma Branca

"Sabe-me a sal o teu corpo alvo,
mas dele só sorvo búzios de mel.
E porque os dedos se espraiam pelas falésias,
famintos,
segredas espasmos pelas brumas diáfanas.

Embarcamos depois no marulho das vagas
porque o sol vem desmaiar nas areias doridas.
Rogamos à noite que nos amanse, erguidos.
E assim derramamos a alma na praia branca,
abertas as mãos em concha, ávidas, filtrando o sal das marés."

Fotografia e poema de
Luís Lobo Henriques

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